Carnaval
Brilho, tradição e emoção no segundo dia de mini desfiles do carnaval carioca
O segundo dia dos mini desfiles do Carnaval Carioca foi um verdadeiro espetáculo de cores, emoção e ancestralidade. As quatro escolas que desfilaram na noite trouxeram à Cidade do Samba um mix de tradição, inovação e homenagens que tocaram o coração dos foliões e reforçaram a força do samba como expressão cultural e resistência.
Unidos da Tijuca: Orixá, pavão e a magia de Lexa e Anitta
Abrindo a noite, a Unidos da Tijuca trouxe um enredo poderoso: “Logun-Edé: Santo Menino que velho respeita”. A história do orixá filho de Oxóssi e Oxum foi narrada em um desfile que uniu religiosidade, ancestralidade e modernidade.
Um dos pontos altos foi o imponente tripé em forma de pavão, símbolo da escola, que arrancou aplausos pela riqueza de detalhes e cores vibrantes. Na bateria, Lexa, grávida de sua primeira filha, Sophia, mostrou porque é uma das rainhas mais queridas do Carnaval. Sambando com graça e energia, ela emocionou ao exibir sua barriguinha, conectando maternidade e samba em um momento único. “É um sonho desfilar grávida, trazer a Sophia para o Carnaval desde o ventre. Esse momento é especial demais!”, afirmou a cantora.
Outro destaque foi Anitta, coautora do samba-enredo, que mesmo ausente foi celebrada por Ito Melodia, intérprete da escola. “Anitta canta com o coração e sempre está disposta a contribuir. Mesmo sem querer atrapalhar o desfile, ela é parte essencial desse enredo.”
Beija-Flor de Nilópolis: Um tributo a Laíla e ao samba
A Beija-Flor emocionou a Sapucaí com o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”. A escola celebrou a vida e o legado de Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o icônico Laíla, que por décadas foi o coração e a alma do carnaval nilopolitano.
O desfile foi uma verdadeira festa de grandes nomes, como Pina, Soninha Capeta e a lendária Raíssa Oliveira, eterna rainha de bateria. Giovanna Lancellotti, que já desfilou em outras edições, destacou a emoção de fazer parte da Beija-Flor: “É um privilégio desfilar em uma escola com tanta história e força.”
Serguinho Aguiar brilhou ao incorporar Laíla com tamanha fidelidade que muitos na avenida se emocionaram. O impacto visual e sentimental foi um dos pontos altos da noite. A ausência de Neguinho da Beija-Flor, que anunciou sua aposentadoria para 2025, foi sentida, mas a escola mostrou porque é uma das maiores potências do samba com um canto forte e emocionante.
A sambista Brunna Gonçalves, grávida, também foi destaque, afirmando: “Colocar meu barrigão de fora no desfile é um sonho realizado. É a celebração da vida e da cultura.”
Salgueiro: Misticismo e renovação na vermelha e branca
O Salgueiro trouxe o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, um mergulho nas tradições místicas e espirituais que conectam culturas africanas, europeias e indígenas. O carnavalesco Jorge Silveira, conhecido por sua criatividade, entregou um espetáculo técnico e visualmente impecável.
A rainha Viviane Araújo reafirmou sua majestade com um figurino que misturava elementos religiosos e modernos. A comunidade vibrou com a presença de Maryanne Hipólito e Gabriel Gomes, o Zé Pretinho, que foram oficialmente apresentados como destaques da escola. A dupla, que se destacou no concurso da Corte do Carnaval de 2025, foi um pedido da comunidade e mostrou estar à altura da tradição salgueirense.
O desfile técnico deixou claro que o Salgueiro está focado em brigar pelo título no próximo Carnaval, com um enredo que tocou em temas profundos da espiritualidade brasileira.
Unidos de Vila Isabel: Assombração, criatividade e impacto visual
Encerrando a noite, a Unidos de Vila Isabel trouxe arrepios e impacto com o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”. O carnavalesco Paulo Barros surpreendeu mais uma vez, entregando um desfile que uniu terror, humor e criatividade em cada detalhe.
Apesar da ausência de Sabrina Sato e do mestre de bateria Macaco Branco, a rainha do Carnaval de 2025, Thuane Werneck, assumiu a linha de frente com segurança e carisma. Com uma bateria que mesclava ritmo e teatralidade, a Vila fez jus à sua tradição de inovações na avenida.
Cada ala parecia contar uma história de mistério e susto, provocando reações intensas do público. Paulo Barros mostrou mais uma vez sua capacidade de transformar o Carnaval em uma experiência imersiva e inesquecível.
Uma noite de emoção e ancestralidade
O segundo dia de desfiles provou que o Carnaval Carioca é muito mais do que uma festa. É um espetáculo que conecta passado, presente e futuro, com histórias que exaltam a cultura afro-brasileira, homenageiam grandes nomes e celebram a força das comunidades.
Enquanto a Sapucaí aguarda os grandes desfiles de março, esses mini desfiles trouxeram um gostinho do que está por vir: um Carnaval pulsante, cheio de energia, histórias e emoção. Que venha 2025!
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