Câncer de pele: causas e prevenções

A Dra. Mariana Kessel, dermatologista, aborda os principais tipos e como podemos prevenir a doença


  Sendo o maior órgão do corpo humano e estando exposta a agressões físicas e ambientais, a pele precisa de cuidados específicos e preventivos. Atenção a novas lesões que podem ser precursoras de neoplasia deve ser constante uma vez que o câncer de pele hoje é a neoplasia mais prevalente no Brasil. A doença cursa com proliferação celular anômala onde células displásicas ocupam o lugar do tecido normal e tendem a crescer em diâmetro e profundidade.

  A doença se apresenta de diversas formas, como diz a Dra. Mariana Kessel, desde o carcinoma in situ (ceratose actínica), carcinoma de células basais, ao carcinoma espinocelular, melanoma. Dos tipos histológicos mais conhecidos hoje abordaremos o carcinoma basocelular e o melanoma.


Carcinoma basocelular: é o de maior incidência, especialmente em países tropicais em virtude da alta exposição aos raios ultravioleta tipo A e dano solar acumulado na pele. Apesar de mais prevalente, o carcinoma basocelular é normalmente limitado ao local de aparecimento e sendo adequadamente tratado há cura e as metástases raríssimas.

Melanoma: tem incidência associada a herança genética, metástases são frequentes e crescimento mais rápido. Normalmente necessitam de equipe multidisciplinar para acompanhamento nos casos de instalação mais agressiva.


   No Brasil, os cânceres de pele correspondem a cerca de 30 % de todas as neoplasias do país. Por esse motivo, o acompanhamento médico, o exame clínico e o tratamento precoce são fundamentais. A médica explica que o acometimento é maior em adultos, especialmente em praticantes de esporte ao ar livre, que normalmente chegam ao consultório com queixa de “machucado que não cicatriza” em áreas foto-expostas como orelhas, ombros, dorso e face, a partir da terceira década de vida. Os indivíduos de pele clara, portadores de imunodeficiência e história familiar de câncer de pele pertencem ao grupo de maior risco ao desenvolvimento de neoplasia cutânea.

   O melhor tratamento será proposto diante do tipo celular, local de acometimento, extensão da lesão, idade do paciente e presença ou não de comorbidades. Lesões superficiais do tipo de células basais podem ser curadas com quimioterapia tópica (creme para uso domiciliar), criocirurgia (aplicação em consultório em 1 ou mais sessões) e curetagem (sob anestesia local). “No entanto, a retirada cirúrgica da lesão com estudo histopatológico e imuno-histoquímico é o método de maior acurácia e segurança para cura e seguimento clínico”.

  Em relação aos índices de morte pela doença menciona que, para os cânceres não melanoma, a mortalidade é baixa. Exceto para o grupo dos idosos, em que a mortalidade, normalmente, está relacionada ao diagnóstico tardio e presença de comorbidades que podem dificultar o manejo clínico.

 




Para prevenir a doença, a Dra. recomenda:


1. O uso de filtro solar, que é obrigatório
2. Evitar a exposição solar em períodos de maior incidência (entre 10h e 15h)
3. Usar barreiras físicas de proteção, como roupas e chapéus com filtro UV


  Ao finalizar, a Dra. fala que o acompanhamento médico regular com dermatoscopia é indicado para todos os pacientes com histórico de câncer de pele e história familiar e completa: “Estudos ainda avaliam o papel protetor da vitamina D na gênese do câncer de pele não melanoma. Mas a alimentação rica em vitaminas antioxidantes e fontes de vitamina D pode melhorar a resposta imunológica e reparação tecidual”.

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